"Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. Os homens se educam em comunhão" (Paulo Freire)
Essa é uma das minhas frases favoritas, do meu teórico e educador favorito: Paulo Freire. Compreendida no conjunto de sua obra e de sua biografia, demonstra a humildade e a coragem de ousar um sonho coletivo, em que a participação de todos é essencial na construção de um projeto. Lembro-me de outra frase que expressa essa idéia, esta de Raul Seixas: "Sonho que se sonha só é sonho que se sonha. Só. Sonho que se sonha junto é realidade".
Na educação tem que ser assim: enquanto nos fecharmos em casulos, pouco conseguiremos. Precisamos aprender com o outro, pois é na diversidade de idéias, experiências e conhecimentos que se constrói um trabalho melhor.
Este, porém, é o maior desafio: aprender a con-viver, a aceitar o outro, principalmente quando ele pensa, age ou vive de um modo diferente do nosso. Assim como as crianças, que caminham do egocentrismo para a interação no mundo, nós também precisamos relativizar nossos pontos de vista para podermos ouvir, ver e perceber outros pontos de vista diferentes do nosso. Como bem diz Juliana Davini*:
"Ao aprendermos a ampliar nosso olhar, descortinamos o véu, nos deparamos com nosso mundo interno, repleto de imagens e possibilidades, desvelamos nosso ser sensível que pensa, sente, olha, arrisca, escolhe, cria e recria. Mas só nos dispomos a sair do nosso ângulo de visão quando a chegada do outro nos causa curiosidade, simpatia ou impacto, fazendo-nos pensar, sentir, sair do ligar. Muitas vezes, este movimento geral mal-estar, podendo nos levar ao fechamento dentro de nós mesmos, ou seja, a resistir à mudança, ao novo conhecimento. Por isso, é na 'boa' relação com o outro, no caso o educador, que se dá a aprendizagem verdadeira: aquela na qual tanto o sujeito como os objetos de conhecimento são transformados".
Por isso, este blog é um convite. Convite às professoras para participarem da reflexão sobre seu próprio trabalho, cooperativamente, em uma teia em que cada um tece alguns fios. Compartilhando nossas experiências, dúvidas, dificuldades e vitórias poderemos construir novos conhecimentos e novas competências que nos ajudem a evoluir como pessoas e como profissionais.
E para dar um pontapé inicial, partiremos da reflexão sobre nossa prática apoiadas na leitura do livro "10 novas competências para ensinar", de Philippe Perrenoud. Outras leituras que forem surgindo serão compartilhadas também, para crescimento mútuo.
Espero que possamos construir essa teia em conjunto, aprendendo umas com as outras. Boas vindas!
Selma
Referência:
DAVINI, Juliana. Preocupações de um grupo de formadores. In: FREIRE, Madalena (org). Grupo: indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento. 3a ed. São Paulo, Espaço Pedagógico, 2003
quinta-feira, 7 de maio de 2009
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Olá!
ResponderExcluirSou a Lili, professora de educação infantil em Campinas, SP. Brasil Também registro um pouco do meu cotidiano no blog: -Me ajuda a olhar! - http://meajudaaolhar.wordpress.com e no blog: Fichário de artes – http://fichariodeartes.wordpress.com
Recentemente, iniciei um apanhado de outros blogs com registros de professores e escolas sobre seu cotidiano. Adicionei também o seu, por ser muito interessante e relevante. Para visitar, clique em
Além dos muros escolares - http://alemdosmurosescolares.wordpress.com
Um abraço
Lili